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domingo, 20 de setembro de 2009

DICAS DE COMO LIMPAR E GUARDAR SEUS DISCOS!

Como Cuidar e Limpar Seus Preciosos Discos De Vinil..


Cuidar bem de um disco, garantindo-lhe uma longa vida útil, não é tarefa das mais simples: exige amplo conhecimento de causa e contínua atenção
Os discos de Hi-Fi, por melhores que sejam, gastam-se na medida de sua utilização. As próprias agulhas, mesmo as mais aperfeiçoadas, de safira ou de diamante, não asseguram aos discos um uso ilimitado. Os sulcos, durante a leitura, são submetidos a forças que normalmente tendem a deformá-los e a desgastar suas bordas; essas for­ças, evidentemente, são tão mais reduzidas quanto menor for a massa da cápsula fonocaptora, quan­to mais suave for o deslocamento da agulha, quan­to menor for o esforço de apoio da agulha sobre o disco e, por conseguinte, quanto menor for a força de rastreio.
O desgaste da agulha determina a formação de arestas em sua ponta que aplainam, de alguma forma, as paredes dos sulcos e provocam, em particular, uma distorção mais ou menos percep­tível dos sons graves, que correspondem às ondu­lações do sulco pouco próximas à superfície, e de grandes amplitudes.
A duração da agulha depende do peso aplicado sobre ela, bem como de diferentes fatores mecâ­nicos; para um peso normal de 3 a 6 gramas do fonocaptor, a vida útil da agulha pode ser avaliada, no mínimo, em 50 horas de audição contínua para uma unidade de safira, e 500 horas para um modelo de diamante. Na prática, entretanto, pode-se admitir o dobro desse tempo ou até mais, pois os primeiros efeitos constatados sobre os sons agudos são de difícil percepção.
O desgaste dos sulcos é reduzido com a dimi­nuição da força de apoio do fonocaptor; teorica­mente, ele desaparece quase que completamente para um peso da ordem de um grama. Mas, sabe­mos que existe um limite a impor à força de apoio vertical que aplica a ponta da agulha ao fundo do sulco, mais particularmente no caso dos discos es­tereofónicos. Se essa força for muito pequena, a agulha vibra erráticamente, correndo o risco de saltar de um sulco para outro; a qualidade musical é afetada e o próprio disco fica rapidamente inu­tilizado.


AS "DOENÇAS" DO DISCO E SEUS "REMÉDIOS"

o que foi dito anteriormente, concluímos pela necessidade de se regular a pressão da ponta da agulha, ou força de apoio, da mesma forma que a força centrípeta, que atua no sentido de aplicar a ponta da agulha à parede interna dos sulcos. Esses ajustes já são hoje possíveis graças a dispositivos encontrados em toca-discos de boa qualidade.
No entanto, além desse desgaste mais ou me­nos lento, porém inevitável, há inúmeras outras causas que determinam alterações anormais e aci­dentais nos discos, os quais, por melhores que sejam, são afetados com uma rapidez deplorável.
Podemos classificar os problemas de conser­vação dos discos fonográficos em três categorias: — as precauções e os processos que permitem evitar as deformações dos discos plásticos e, em particular, o empenamento; — os processos de lim­peza que evitam a formação, nos sulcos mais finos e mais recortados, de depósitos de partículas que se opõem ao contato íntimo entre a ponta da agu­lha e as paredes dos sulcos; — e, enfim, o melhor procedimento a adotar para minimizar o desgaste inevitável dos sulcos.


NECESSIDADE DA LIMPEZA PREVENTIVA E CORRETIVA

O problema que, em primeiro lugar, se apre­senta aos amantes da qualidade musical é o da limpeza dos discos. Sem dúvida, para uma boa ma­nutenção dos discos, é preciso manipulá-los o mí­nimo indispensável. Qualquer contato direto dos dedos com sua superfície é nociva; ela pode ser comparada com a de um tecido ou a de qualquer objeto de matéria plástica.
Uma das causas que mais provocam o desgas­te prematuro da agulha reprodutora e, por conse­guinte, dos próprios sulcos, é o acúmulo de poeira e de resíduos aderentes de qualquer espécie, pro­venientes do exterior; eles agem, efetivamente, como revestimentos abrasivos.
A matéria plástica não é completamente resis­tente aos choques, e muito menos aos arranhões. Além disso, ela também pode produzir efeitos de eletricidade estática. A superfície eletrizada atrai as partículas leves em suspensão no ar e, em par­ticular, grãos de poeira, os quais formam, de algum modo, milhões de pequenos buris microscópicos que irão agir nas paredes dos sulcos quando a agu­lha reprodutora passar.
A formação desses revestimentos na superfí­cie gravada deverá ser evitada, e se o mal já está feito, esforcemo-nos para eliminá-los ao máximo. Apenas precauções de manipulação não são sufi­cientes: cubra também os discos e os toca-discos fora de uso, se eles não dispuserem da tampa pro­tetora habitual; limpe freqüentemente o prato com um pincel macio, uma pequena escova ou um as­pirador de pó portátil, do tipo empregado, por exemplo, para limpeza do estofamento dos automó­veis. Não esqueça da ponta da agulha de safira ou de diamante: limpe-a com precaução, com um pequeno pincel ou uma escova especial de pelo de camelo.
Devemos levar em conta as quantidades de poeira extremamente fina que existem mesmo nos cômodos de uma casa ou de um apartamento que nos pareçam bem limpos. Pois bem, mais de 5 mg de poeira podem' ser depositados em uma hora na superfície de um disco exposto ao ar livre de nossa sala de estar. Essas partículas são tão fi­nas, e distribuídas de um modo tão uniforme, que normalmente são invisíveis.
Se, além disso, nosso disco está carregado eletricamente por efeito da manipulação ou do atrito, o depósito de poeira se forma ainda mais rapida­mente. As partículas de alcatrão e de nicotina as­sociadas, provenientes da fumaça dos cigarros, aderem ainda mais fortemente à superfície vinílica dos discos não protegidos. Uma grande parte do ruído de superfície pode ter como causa essas partículas microscópicas. Por outro lado, as fibras das melhores escovas são, geralmente, muito espaçadas para remover eficientemente essa película de poeira.
Em presença da umidade do ar, ou mesmo após uma lavagem incompleta, as partículas que permanecem na parte inferior dos sulcos conver­tem-se numa mistura muito cáustica e abrasiva. Essa mistura de poeira e de outras partículas de materiais diversos, que podem ser encontrados na atmosfera dos cômodos ou nos toca-discos, reduz de modo considerável a vida útil do disco e da agulha reprodutora.
Um fluido de limpeza, quando bem escolhido e convenientemente aplicado, pode auxiliar na elimi­nação dessas partículas microscópicas, aumentan­do sua aderência ao instrumentos de limpeza, como pincéis e escovas. Um fluido protetor realmente eficaz pode, também, ser utilizado para neutralizar o efeito das partículas cáusticas introduzidas nos sulcos.
O contato dos dedos é. freqüentemente, o prin­cipal responsável pela sujeira da superfície dos discos, obrigando a uma posterior limpeza. As im­pressões digitais são constituídas, na verdade, por resíduos gordurosos liberados por contato. Assim, devemos evitar tocar a superfície de nossos discos em movimento; mas, mesmo que tenhamos um dis­positivo ou um material que evite a eletricidade estática, ou que não tenhamos tocado em qualquer produto alimentar, o contato de nossos dedos com os discos pode vir a engordurá-los.
As gorduras são, por sua própria natureza, in­solúveis na água. Elas são muito aderentes e favo­recem o acúmulo de poeira e a formação de colô­nias de micróbios. Os defeitos detectados num dis­co com esse revestimento indesejável parecem provir de uma prensagem defeituosa, e os ruídos que percebemos parecem os produzidos por uma raspadeira, porém mais atenuados.
Nenhuma esco­va de limpeza, por mais aperfeiçoada que seja, co­locada sob a cápsula fonocaptora ou através de um braço especial, é capaz de eliminar realmente os efeitos produzidos pelas invisíveis e gordurosas impressões digitais. Para a solução do problema, só existe um procedimento: aplicação de um líqui­do que possua uma ação físico-química eficiente.
Um outro problema menos conhecido, mas que também deve ser considerado, é a alteração mi­crobiana: micróbios pertencentes à classe dos co­gumelos e dos mofos têm atuação marcante nesse tipo de fenômeno. Todos conhecemos os cogume­los e os mofos por seus efeitos habituais: o pão mofado, a ferrugem das plantas, as doenças de pela (tais como o impetigo), são causas, de fato, pro­vocadas pelos cogumelos e pelos mofos. Esporos de mofos desse tipo sempre estão presentes no ar de todas as casas, e são alimentados pela umi­dade e pelos restos de comida. Eles podem prolife­rar e formar verdadeiras colônias.
Os discos de material vinílico podem oferecer a esses microorganismos os alimentos necessários à sua vida e à sua proliferação; uma adaptação biológica torna esses mofos, com o tempo, capazes de assimilar tanto os polímeros sintéticos quanto os produtos nutritivos. O náilon, por exemplo, é refratário ao ataque dos mofos. mas existem dezenas de variedades de cogumelos que atacam esse produto.
Os fenômenos acima descritos nem sempre são nocivos, já que, nas técnicas modernas, são empregados para obtenção de resultados espetaculares. Assim, podem-se fabricar proteínas com propriedades nutritivas semelhantes às da carne, partindo-se de hidrocarbonetos. As colônias de mofos podem atacar quase todas as superfícies. As microcolônias podem, lite­ralmente, "escavar" um disco vinílico. Mas mesmo antes que se produza um dano permanente, elas podem ocasionar minúsculos furos, responsáveis pelos incômodos ruídos de superfície.
Qual o remédio? Só há uma solução: a lava­gem — mas de uma forma eficaz e bem determinada. Certos líquidos de limpeza têm, na realidade a propriedade de aumentar ainda mais o crescimen­to dos mofos, fornecendo-lhes produtos nutritivos, na superfície do disco, sob a forma de sabão e de glicose.
É verdade que o risco de uma coleção de discos vir a ser atacada pelo mofo é maior em condições anormais de umidade e temperatura, mas já se pôde observar o desenvolvimento de colônias ativas de mofo em discos de pessoas cuidadosas, residindo em apartamentos com ar condicionado!
Um produto de limpeza de discos realmente eficaz deve, então, ser escolhido para evitar o risco, ao mesmo tempo físico e biológico.




A PRÁTICA DA LIMPEZA

A limpeza dos discos é uma operação freqüentemente necessária. Sem dúvida, existem escovas especiais, bem macias, que podem ser obtidas nas lojas de discos e em revendedores especializados. As almofadas de veludo, feltro ou tecido seco, vendidas com a mesma finalidade, são muito menos recomendáveis, pois com o atrito aumenta o risco de carga elétrica e, por conseguinte, dos fenômenos de atração eletrostática, da mesma forma que um pente plástico atritado pode atrair a poeira.
Se a escova é usada como um processo preventivo, a seco, mesmo quando a operação de limpeza for cuidadosa, nem sempre ela é suficiente. As vezes, é preciso adotar um processo corretivo. Toda matéria plástica é lavável, desde as capas do estofamento dos automóveis até as taças de plás-tico; da mesma forma, é preciso lavar nosso disco sujo como se lavam os vidros de uma janela ou o pára-brisa de um automóvel, para efetuar uma limpeza a fundo.
Sendo utilizada a pia da cozinha, será preciso tomar as devidas precauções para evitar arranhões e atritos ainda mais perigosos. Coloque no fundo da pia um tapete de borracha, ou uma folha plás¬tica do tipo usado em embalagens, e deixe que a pia se encha de água fria até alguns centímetros de altura. É claro que as paredes da pia já devem ter sido cuidadosamente limpas de qualquer resí¬duo gorduroso. Acrescente à água de lavagem uma colher de café de um detergente que não contenha sabão.
O uso de uma bacia plástica será, entretanto, a opção preferível. Mergulhe os discos (um de cada vez) na água com detergente, pressionando levemente sobre sua superfície com um pedaço de tecido macio ou uma esponja de plástico na direção dos sulcos. Disso resulta um efeito de sucção que completa a limpeza, aspirando o resíduo de sujeira que ainda tenha permanecido nos sulcos.
Atenção: a tinta da etiqueta dos discos pode borrar sob a ação da água. Evite molhar as etique-tas. Em seguida, enxágüe cada disco em água corrente fria, colocando-os verticalmente num suporte e deixando-os secar por si próprios. Jamais enxugue um disco com um tecido qualquer; com isso, poderá ser introduzida poeira e fiapos do tecido nos sulcos do disco.
Os revendedores oferecem tecidos tratados quimicamente, destinados à operação de limpeza; esses tecidos têm a vantagem de poder ser utilizados imediatamente, sem ser preciso umedecê-los previamente. Porém seu emprego não é indispensável.
Acima de tudo evite os remédios mais perigosos que as doenças.
Não tente limpar os discos com álcool, gasolina, éter, acetona ou tetracloreto de carbono! O único resultado será a alteração irremediável da superfície preciosa dos sulcos.
Por outro lado, uma limpeza superficial e rápida, a seco, às vezes pode dar melhores resultados; a limpeza pneumática sem contato, através de um jato de ar sob pressão, fornecido por um aspirador de pó funcionando como compressor, também pode ser útil.


OS PROBLEMAS DA LIMPEZA

A prática da limpeza dos discos parece simples e elementar, não oferecendo maiores dificuldades. Na verdade, trata-se de um processo muito mais delicado do que possa parecer à primeira vista.
É preciso que ela seja realmente eficiente e sem riscos, podendo ocorrer em seu transcurso dois ti¬pos de problemas.
O primeiro deles é o dos resíduos que podem se depositar sobre os sulcos, provenientes da pró¬pria água potável, já que, dependendo da localida¬de, a água "da torneira" é mais ou menos calcárea; ela contém, neste caso, resíduos suficientes para formar um fino depósito salino nos sulcos do dis¬co, após ele ser lavado, enxaguado e secado.
Esse resíduo, proveniente da água potável, pode ter uma ação nefasta sobre a qualidade de audição, produzindo ruídos de fundo irregulares, semelhantes àqueles provenientes de defeitos no material do disco, em níveis sonoros relativamente elevados.
Sem dúvida, podemos simplesmente empregar água destilada, do tipo utilizado nas baterias de automóveis, e que pode ser obtida em qualquer posto de gasolina. Mas esse líquido praticamente sem resíduo não pode servir como agente de limpeza para eliminar certos contaminantes da superfície, especialmente as impressões digitais gordurosas e as partículas de alcatrão e nicotina provenientes de cigarros.
A maior parte dos líquidos de limpeza contém ingredientes ativos, como sabões e detergentes, para dissolver os produtos gordurosos; os sabões são, por sinal, gorduras modificadas, enquanto que os detergentes são compostos sintéticos. Mesmo nas soluções de composição normal, esses ingredientes podem produzir resíduos sobre as superfícies plásticas, tão ativos que sua eliminação torna-se extremamente difícil, a menos que se empregue um solvente ainda mais ativo e uma lavagem com água abundante.
Por possuírem uma estrutura molecular muito grande, os sabões e os detergentes podem, fisicamente, recobrir as paredes dos sulcos, ocasionando efeitos sobre as ondulações côncavas de modulação, alterando o contorno eficaz dos sulcos e reduzindo a dinâmica indispensável à reprodução, particularmente nas freqüências elevadas.
Esses depósitos podem permanecer ignorados, sob uma forma latente, durante a leitura do disco, até que um produto de limpeza mais adequado, ou uma forma de agulha ligeiramente diferente os modifique e faça aparecer essas obstruções latentes.
Mas o problema dos resíduos ganha Importância com a utilização, cada vez mais freqüente, de certos produtos à base de silicone. Os silicones podem reduzir os efeitos da eletricidade estática e lubrificar a superfície dos discos, de tal modo que a poeira pode ser eliminada muito mais facilmente a seco. Contudo, eles são bastante insolúveis e, uma vez aplicados, é quase Impossível removê-los.
O acúmulo de silicones, como conseqüência de aplicações excessivas ou sucessivas, pode ter efeitos bastante desagradáveis quando a agulha reproduz as ondulações de alta freqüência: há um amortecimento do brilho dos sons e redução da faixa dinâmica.
O segundo grande problema, quando se empregam soluções de limpeza, diz respeito à matéria plástica de que são feitos os discos. Os polí¬eros vinílicos são rígidos e frágeis quando a eles não são adicionados produtos plastificantes. Esses produtos tornam o vinil mais flexível, mais fácil de "prensar" na fabricação de discos, e mais durável. São os plastificantes que permitem aos sulcos dos discos se curvarem levemente sob a ação da agulha reprodutora, voltando à sua forma primitiva após terem sido submetidos à grande pressão da minúscula ponta da agulha, acionada a uma grande velocidade.
A diferença entre um disco comum e um disco de muito alta qualidade reside freqüentemente, dentre outras características, no produto que assegura a plastificação do vinil. Infelizmente, os plastificantes não aderem de forma indissolúvel na matéria plástica, sendo mantidos por forças físicas ou ele-trostáticas. Esses plastificantes podem, de alguma forma, se deslocar, modificando de maneira invisível as propriedades da superfície plástica.
Diversos líquidos de limpeza também podem eliminar os plastificantes da superfície do disco vinílico, deixando os sulcos tão frágeis que os pontos de modulação das ondulações podem ser desbastados pela passagem da agulha reprodutora. Com efeito, as perdas de plastificante, isto é, de elasticidade, reduzem a resistência do vinil à ação da força de apoio da agulha, expondo os sulcos a um desgaste imediato e irreversível, aumentando o ruído de fundo, até o momento em que suas paredes se desintegram quase que completamente.



Os compostos capazes de modificar tão deploravelmente as superfícies plásticas são os solventes de evaporação rápida, que contêm proporções variáveis de álcool, aldeído e cetona. Esses compostos são capazes de eliminar rapidamente as impressões digitais, deixando a superfície do disco seca e limpa. Contudo, eles podem, com igual rapidez, eliminar os plastificantes da superfície e, dessa forma, destruir todas as qualidades de uma gravação.
O ataque nocivo à estrutura do material vinílico não é restrito apenas à eliminação dos plastificantes. Uma modificação da superfície dos discos também é produzida por produtos corantes encontrados em numerosos materiais de limpeza. Os perfumes inseridos em composições de limpeza muito difundidas agem de modo análogo, modificando a estrutura molecular dos discos fonográficos.
Do que dissemos, podemos concluir pela necessidade de uma análise atenta dos produtos utilizados na limpeza dos discos, especialmente quando eles são empregados com alguma freqüência e de forma repetitiva.


O PRODUTO DE LIMPEZA IDEAL

Um líquido de limpeza que atenda a todas nossas necessidades e exigências pode, efetivamente, ser produzido. Ele deve apresentar características químicas e microbiológicas compatíveis com os modernos discos de alta fidelidade.
Tal produto deve dissolver as gorduras, permitir a remoção das partículas de poeira por um meio adequado, remover todos os depósitos cáusticos dos sulcos e proteger os discos contra a deterioração biológica. Ao mesmo tempo, esse líquido não deve deixar resíduo considerável, não deve possuir a propriedade de aderência plástica, e deve preservar completamente a integridade do plástico vinílico, da qual depende a qualidade da gravação. Com esse propósito, os produtos de limpeza devem sar equilibrados com agentes protetores numa proporção razoável.
Essa solução integral deve, também, levar em conta, a longo prazo, o perigo dos mofos. A retenção da poeira, a abrasão cáustica e a contaminação microbiana são diretamente proporcionais à umidade da superfície do disco. A única vantagem da umidade consiste no equilíbrio, e não na eliminação, das cargas de eletricidade estática.
Assegurando-se uma distribuição uniforme do fluido de limpeza em toda a superfície do disco, sua completa eliminação, e também a dos resíduos da superfície, terá sido realizado um processo de limpeza teoricamente integral.
A ação capilar de uma escova, quando convenientemente empregada, pode constituir um meio econômico de limpeza integral. A aspiração a vácuo é igualmente eficaz, porém cara, exigindo o emprego de dispositivos auxiliares de distribuição do fluido.
Existirá um fluido de limpeza perfeito? Ainda não. mas a composição dos produtos postos no mercado melhora dia a dia.
E não há dúvidas: o emprego de um produto de limpeza seguro e eficiente é essencial para garantir o bom "estado dos discos, cada vez mais preciosos.


UM OUTRO PERIGO: A DEFORMAÇÃO DOS DISCOS

As vigas são sujeitas a males que provocam deformações em sua massa, vergamentos irreversíveis. Esses fenômenos de deformação a frio podem, sob outra forma, ser a causa do empenamento dos discos.
Esse tipo de fenômeno físico provoca uma deformação dos materiais, sob efeito de certas forças, dando-lhes uma nova forma, sem que se rachem ou se fendam. Os plásticos são muito vulneráveis a esse fenômeno, o vidro e o granito muito menos. A medida da resistência a essa deformação é dada pelo que se chama de temperatura de vitrificação de um material: é a temperatura na qual ele se solidifica ao resfriar-se após a fusão. Para o vidro, essa temperatura é muito elevada, e a deformação pouco acentuada. Para o plástico vinílico dos discos, a temperatura de vitrificação é de apenas 50° C, aproximadamente; o fenômeno de deformação a frio é, então, importante, sendo preciso levar em conta os processos de concepção, de fabricação e de distribuição dos discos para que eles não sejam deformados antes mesmo de serem utilizados. Convém tomar inúmeras precauções, mesmo no que diz respeito a detalhes que possam parecer sem importância.
Na circunferência externa do disco existe um rebordo que consolida a zona dos sulcos, ajuda a robustecer o conjunto do disco e protege os sulcos quando se atritam dois discos um contra o outro. Em números redondos, o rebordo e a zona da etiqueta têm uma espessura em torno de 2 milímetros, enquanto que a espessura da zona dos sulcos não ultrapassa 750 micra na maior parte dos discos modernos.
Sem esse rebordo, os discos empilhados num toca-discos automático se deformariam em forma de "cúpula", deslizando, depois, sobre o prato.
Os discos estão relativamente quentes quando saem da prensa e, por conseguinte, muito vulneráveis ã deformação. Para contornar o problema, eles são empilhados sobre escovas, com uma folha separando-os, para que as reações ao resfriamento possam ser controladas com precisão. Os discos se resfriam completamente sobre esses suportes, permanecendo perfeitamente planos se não forem submetidos a pressões anormais ou a temperaturas que provoquem seu amolecimento.
Os discos modernos são fabricados de modo a terem uma flexibilidade controlada, a fim de não sofrerem deformações quando submetidos a uma pressão normal, imperativo esse que só foi aceito pouco a pouco pelos fabricantes, pois para tanto são necessários equipamentos novos, concebidos com grande precisão, para que sejam obtidos resultados eficazes. Com este propósito, é preciso não somente levar em conta um perfeito equilíbrio de forças, mas também aprimorar a zona dos sulcos e utilizar materiais de alta qualidade na fabricação dos discos.
Uma fabricação muito cuidadosa é indispensável para obter bons discos, menos sujeitos a deformações, capazes de recobrar sua forma original se submetidos a uma deformação dentro de limites aceitáveis. Neste caso, a deformação torna-se um fenômeno reversível, já que os materiais plásticos têm uma "memória física" que lhes permite voltar à sua disposição original, se a embalagem e a estocagem tiverem sido corretamente realizadas. Veremos, a seguir, como podemos remediar a deformação, enumerando as precauções que devem ser tomadas para evitá-las.


ATENÇÃO QUANTO À MANIPULAÇÃO

Os cuidados a tomar com os discos começam no instante em que os adquirimos. Danos irreparáveis podem resultar da permanência de um disco no interior de um carro, na garagem ou no estacionamento. Mesmo que ele não se encontre exposto ao sol. o que sempre deve ser evitado, a temperatura ambiente muito elevada pode provocar o amolecimento do disco, que então tomará a forma do suporte sobre o qual se encontra.
O disco é empacotado numa capa de papelão com espessura de 500 a 700 micra. As propriedades de isolamento térmico da capa normalmente são boas e um disco está protegido contra o calor usualmente reinante no interior de um automóvel durante, aproximadamente, uma hora. A capa reforça, igualmente, a solidez do disco, impedindo sua deformação. O papelão é normalmente revestido por uma folha protetora de plástico, lacrada.
É indispensável retirar completamente a folha plástica de sobre a capa, pois sua finalidade é constituir uma embalagem inviolável para o disco, dando-nos a garantia de que ele não foi utilizado, além de proteger a capa contra arranhões durante a estocagem e o transporte.
A capa protetora externa de uso mais corrente pela indústria do disco é composta de plásticos que foram enrolados em folhas, e que se contraem após terem sido colocados, em razão da "memória" plástica de que falamos atrás. Essa contração pode produzir nesse revestimento tensões da ordem de 35 kg por cm2 ou mais, segundo testes já realizados.



Enquanto o conjunto estiver selado, a solidez do envelope de papelão assegura a proteção do disco. Mas, após a abertura, a pressão exercida sobre a parte superior da capa pode curvá-la, o mesmo podendo ocorrer com o disco nela contido, provocando-lhe deformações.



Mesmo no Interior da capa de papelão, a maior parte dos discos é colocada em envelopes de papel, freqüentemente com um revestimento plástico, para protegê-los contra a poeira. Certos fabricantes dobram um canto — ou os dois — da parte superior do envelope, o que facilita a introdução na capa de papelão.
Esse método apresenta o inconveniente de criar uma espessura suplementar de papel nos cantos dobrados, originando uma pressão sobre o disco e o risco de deformação na parte do rebordo correspondente e nos sulcos. Aconselhamos, portanto, que os cantos sejam desdobrados, para evitar deformações.
Nunca é demais tomar cuidados na manipulação de um disco.
Nossos dedos não devem jamais entrar em contato com os sulcos; o envelope interno deve ser conservado, sendo o disco colocado em seu interior antes de ser devolvido à capa.
A extremidade aberta do envelope interno não deve corresponder à da capa de papelão; isso nos permitiria colocar o disco na capa de uma só vez, mas também ficaria facilitada a entrada de poeira e seu acúmulo no disco, quando ele é guardado nos escaninhos.
Evite soprar sobre o disco antes de sua utilização para afastar a poeira! A umidade do hálito pode, ao contrário, coletar a poeira, acumulando-a na superfície. Não deixe um disco muito tempo embaixo da pilha, no toca-discos: coloque-o na capa. Todas essas precauções não serão gestos inúteis, mas permitirão uma escuta realmente satisfatória.
Todos esses cuidados habituais serão completados por uma precaução que não devemos absolutamente negligenciar, se desejarmos evitar a deformação de nossos discos: eles devem ser guardados em local apropriado. Se forem conservados verticalmente, serão colocados uns ao lado dos outros, tocando-se, sobre uma prateleira horizontal, numa das extremidades da qual será colocado um batente vertical para permitir o alinhamento correto dos discos.



Na outra extremidade, será colocado um sustentador de livros de grande porte, de modo que cada disco permaneça bem vertical, condição indispensável para evitar uma deformação.
Se guardarmos nossos discos horizontalmente, devemos tomar todo cuidado para evitar a deformação, se bem que nesse caso as precauções possam se mostrar ineficazes, preferindo-se por isso, a guarda vertical, se bem que nesse setor nada seja absoluto.
A temperatura do local onde são guardados os discos deve estar compreendida entre 15 e 30º celsius, com uma umidade relativa de 50%, ou um pouco menos. Uma temperatura muito baixa torna o vinil frágil e pode provocar fraturas, ao passo que uma temperatura muito alta pode ser a causa de deformações.
O mofo, como já vimos, é resultante da umidade elevada; com uma baixa taxa de umidade, os discos guardados não sofrem maiores riscos, exceto o acúmulo de eletricidade estática se o material não tiver sido tratado especialmente para evitar tal inconveniente.
Sendo todas essas condições difíceis de serem obtidas na prática, devemos nos esforçar para proporcionar aos nossos discos todas quantas nos for possível, atentando, ao mesmo tempo, para os aspectos de conservação e de limpeza já abordados para que, a qualquer momento, possamos desfrutar totalmente da informação neles gravada, e sem os ruídos característicos dos maus tratos a que — pobres inocentes — muitas vezes os submetemos.

** Colaboração do amigo Fábio Bill
Artigo retirado da revista Antenna, Vol 75, Março de 1976.
DICAS COPIADAS DO BLOG:http://www.outrasbossas.blogspot.com/